domingo, 23 de agosto de 2009

EUCLIDES DA CUNHA

Em agosto de 2009 comemora-se 100 anos da morte de Euclides da Cunha - militar, escritor, sociólogo, repórter jornalístico, historiador, geógrafo e engenheiro. Por sua trajetória inigualável, todos os anos, na cidade de São José do Rio Pardo, entre 09 e 15 de agosto, realiza-se a "Semana Euclidiana", porque ali ele vivia quando escreveu sua obra-prima Os Sertões, e tornou-se uma cidade turística conhecida como "O berço de Os Sertões".


Euclides Rodrigues da Cunha nasceu em Cantagalo, 20 de janeiro de 1866. Foi escritor, sociólogo, repórter jornalístico, historiador e engenheiro brasileiro. Órfão de mãe desde os três anos de idade, foi educado pelas tias. Freqüentou conceituados colégios fluminenses e, quando precisou prosseguir seus estudos, ingressou na Escola Politécnica e, um ano depois, na Escola Militar da Praia Vermelha.

Cadete republicano - Contagiado pelo ardor republicano dos cadetes e de Benjamin Constant, professor da Escola Militar, atirou durante revista às tropas sua espada aos pés do Ministro da Guerra Tomás Coelho. Euclides foi submetido ao Conselho de Disciplina e, em 1888, saiu do Exército. Participou ativamente da propaganda republicana no jornal O Estado de S. Paulo.
Proclamada a República, foi reintegrado ao Exército com promoção. Ingressou na Escola Superior de Guerra e conseguiu ser primeiro-tenente e bacharel em Matemáticas, Ciências Físicas e Naturais
.




Euclides casou-se com Ana Emília Ribeiro, filha do major Frederico Solon de Sampaio Ribeiro, um dos líderes da República.



Ciclo de CanudosEm 1891, deixou a Escola de Guerra e foi designado coadjuvante de ensino na Escola Militar. Em 1893, praticou na Estrada de Ferro Central do Brasil. Quando surgiu a insurreição de Canudos, em 1897, Euclides escreveu dois artigos pioneiros intitulados "A nossa Vendéia" que lhe valeram um convite d'O Estado de S. Paulo para presenciar o final do conflito. Isso porque ele considerava, como muitos republicanos à época, que o movimento de Antonio Conselheiro tinha a pretensão de restaurar a monarquia e era apoiado pelos monarquistas residentes no País e no exterior.


"Tragédia da Piedade"Morreu em 1909. Ao saber que sua esposa, mais conhecida como Ana de Assis, o abandonara pelo jovem tenente Dilermando de Assis, que aparentemente já tinha sido ou era seu amante há tempos - e a quem Euclides atribuía a paternidade de um dos filhos de Ana, "a espiga de milho no meio do cafezal" (querendo dizer que era o único louro numa família de tez morena) -, saiu armado na direção da casa do militar, disposto a matar ou morrer. Dilermando era campeão de tiro e matou-o. Tudo indica que o matou lealmente, tanto que foi absolvido na Justiça Militar. Ana casou-se com ele.

O corpo de Euclides foi examinado pelo médico e escritor Afrânio Peixoto, que também assinou o laudo e viria mais tarde a ocupar a sua cadeira na Academia Brasileira de Letras.

CRONOLOGIA

1866

Em 20 de janeiro nasce Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha, na Fazenda Saudade, no arraial de Santa Rita do Rio Negro (hoje denominado Euclidelândia), município de Cantagalo (RJ). Filho de Manuel Rodrigues Pimenta da Cunha e Eudóxia Moreira da Cunha. É batizado em 24 de novembro.

1869

Com apenas 3 anos perde a mãe. Passa a ser criado com a irmã mais nova, Adélia. A orfandade materna influencia o temperamento de Euclides, sendo ele considerado uma criança tristonha e introspectiva.

1870

Em companhia da irmã muda-se para Teresópolis, para viver com os tios Rosinda e Urbano Gouveia.Vive uma nova perda com a morte da tia Rosinda, que vinha exercendo o papel de segunda mãe.

1871-73

Euclides e Adélia são entregues aos cuidados de outra tia, Laura Moreira Garcez, casada com o coronel Magalhães Garcez, e vão morar em São Fidélis.

1874

Ao ingressar na vida escolar é matriculado no Colégio Caldeira, famoso no município. O colégio era dirigido pelo português exilado Francisco José Caldeira, pedagogo de idéias revolucionárias.

1877-78

O pai de Euclides muda-se para o Rio de Janeiro e passa a viver com os avós maternos, em Salvador, Bahia. É transferido para o colégio Carneiro Ribeiro.

1879

Volta a viver no Rio de Janeiro, desta vez com o tio paterno Antonio Pimenta da Cunha. Os estudos continuam no Colégio Anglo-Americano.

1880-82

Considerado um adolescente instável, mudou de estabelecimento de ensino por mais duas vezes, passando pelos colégios Vitório da Costa e Menezes Vieira.

1883-84

Transfere-se para o Externato Aquino, dirigido por um grande educador, João Pedro de Aquino. Presta exames de geografia, francês, retórica e história.Em conjunto com sete colegas, funda o jornal O Democrata e em 4 de abril de 1884 publica o primeiro artigo, no qual defendia a natureza e o equilíbrio ecológico.

1884-85

Começa a escrever versos em uma caderneta intitulada "As Ondas".Presta exames e é admitido na Escola Politécnica onde, por falta de recursos, estuda apenas um ano.

1886

Em 20 de fevereiro é transferido para a Escola Militar da Praia Vermelha, gratuita, sendo designado cadete número 308. A escola era tida como um dos principais centros intelectuais do País, ao lado das faculdades de Direito de São Paulo e Recife. Reencontra o professor Benjamin Constant e ingressa no movimento republicano.

1887


Registra em seu diário e demonstra com sua poesia uma crise íntima. Escreve para a "Revista da Família Acadêmica da Sociedade Literária da Família Acadêmica".

1888

Em 4 de novembro protagoniza o "Episódio da baioneta" ou "Episódio do sabre". Durante desfile em homenagem ao então ministro da guerra, o conselheiro Tomás Coelho, em protesto contra a monarquia, Euclides sai da fila de cadetes e tenta quebrar sua baioneta (pequena espada colocada na ponta do fuzil), jogando-a depois aos pés do ministro. É levado à enfermaria e tem diagnosticado um esgotamento nervoso por excesso de estudo. Porém, Euclides recusa-se a se considerar doente e ao ser submetido ao conselho disciplinar, reafirma suas convicções republicanas.

Apesar de ser perdoado por D. Pedro II, sua matrícula é cancelada e ele deixa o Exército em 14 de dezembro. Em menos de uma semana parte para São Paulo, cidade considerada o quartel general das lutas republicanas, onde é bem recebido.

Em 22 de dezembro escreve "A Pátria e a Dinastia", seu primeiro artigo para a Província de S. Paulo (hoje O Estado de S. Paulo), assinando apenas com suas iniciais. Dia 29 de dezembro passa a colaborar permanentemente na seção do jornal "Questões Sociais", sob pseudônimo de Proudhon, nome do filósofo francês teórico do Socialismo.

1889

No início do ano volta para o Rio de Janeiro.
Em 6 e 7 de maio presta exames para a Escola Politécnica.
Com a Proclamação da República, Euclides é chamado de volta ao Exército e em seguida promovido a alferes-aluno.
Deixa de escrever para a Província de S. Paulo e passa a colaborar com a Gazeta de Notícias, do Rio de Janeiro.

1890

Em 8 de janeiro matricula-se na Escola Superior de Guerra. No mês seguinte completa o curso de artilharia. É promovido a Segundo Tenente em 14 de abril.
Em de 10 de setembro casa-se com Ana Ribeiro, filha do general Solon Ribeiro, militar de destaque na proclamação da República.

1891

Realiza os cursos de Estado Maior e Engenharia Militar e vai para a Escola Superior de Guerra, torna-se Adjunto de Ensino na Escola Militar.

1892

Em 9 de janeiro é promovido a 1º Tenente.Obtém o título de Bacharel em Matemática, Ciências Físicas e Naturais.Inicia sua colaboração para O Estado de S. Paulo.

1893

O então presidente Floriano Peixoto convoca Euclides para uma entrevista e dá a ele a oportunidade de escolher o cargo que queria ocupar na nova administração do país. O engenheiro responde o que previa a lei para os recém-formados: um ano de prática na Estrada de Ferro Central do Brasil. Em 16 de agosto recebe a nomeação para trabalhar na estrada como engenheiro.

Cuida das obras de fortificação das trincheiras de Saúde, no Morro da Conceição.Em dezembro passa a fazer parte da Diretoria Geral de Obras Militares.

1894

Escreve duas cartas para a Gazeta de Notícias, com o título "A Dinamite", nas quais defende a democracia e a não violência. Eram respostas ao senador cearense João Cordeiro, que pedia o fuzilamento dos manifestantes antiflorianistas presos depois da Revolta da Armada.
Em conseqüência de sua atitude, é designado para servir em Campanha, cidade de Minas Gerais a fim de realizar refomas em um quartel, onde conhece João Luís Alves, que se torna seu grande amigo.

1895

Recebe a visita do pai, em fevereiro e com ele deixa Campanha, mudando-se para Belém do Descalvado (atualmente Descalvado), em São Paulo.Em 28 de junho é agregado ao Corpo do Estado Maior.

1896

Deixa o Exército em 13 de julho, por estar desencantado com a República e por divergir do governo Floriano Peixoto quanto ao tratamento dado a prisioneiros políticos. É reformado como 1º Tenente.

Em 18 de setembro assume o cargo de engenheiro-ajudante da Superintendente de Obras Públicas do Estado de São Paulo. Passa a viajar pelo interior de São Paulo para a construção de pontes, edifícios públicos, restauração de obras e demarcação de limites.

1897

Escreve para O Estado de S. Paulo dois artigos sobre a campanha de Canudos, publicados respectivamente em 14 de março e 17 de julho. No primeiro deles, intitulado "A nossa Vendéia", compara a primeira batalha de Canudos com a luta ocorrida na França entre republicanos e camponeses defensores da monarquia.

A convite de Júlio de Mesquita é enviado como correspondente de guerra do O Estado de S. Paulo e segue em 4 de agosto para os sertões da Bahia junto da comitiva militar do ministro da guerra, Marechal Carlos Machado Bittencourt.

Passa vários dias em Salvador, observando as tropas que chegam à Bahia e partem para os sertões, e envia os primeiros artigos.

Em 1º de setembro chega em Queimadas, estação ferroviária e "porta" para os sertões de Canudos.

Deixa a cidade em 4 de setembro e passa por Tanquinho, Cansação, Quirinquinquá, até chegar a Monte Santo, dia 7. No dia seguinte, descreve em seu diário de guerra o calvário de Monte Santo, e parte para Canudos.

Em 16 de setembro chega ao palco da guerra. Continua a enviar artigos com as observações colhidas durante o conflito e faz diversas anotações, que posteriormente seriam utilizadas no livro Os Sertões.

Com o massacre dos seguidores de Antonio Conselheiro e o conseqüente fim da guerra, Euclides volta a Salvador, onde permanece por alguns dias, retornando ao Rio de Janeiro em 17 de outubro.

Em 26 de outubro, de volta a São Paulo, publica em O Estado de S. Paulo o último artigo da série "Diário de uma expedição", intitulado "O Batalhão de São Paulo".
Depois vai para Belém do Descalvado para descansar na fazenda do pai.


1898

Publica no O Estado de S. Paulo, em 19 de janeiro, as primeiras amostras de Os Sertões, no artigo "Excerto de um livro inédito".

É incumbido da reconstrução da ponte sobre o Rio Pardo, que desabara na cidade de São José do Rio Pardo.

Reside com a família no sobrado da Rua 13 de Maio, esquina com Marechal Floriano, local onde hoje se situa a Casa de Cultura Euclides da Cunha, a Casa Euclidiana.

No barraco de zinco próximo à ponte, enquanto supervisionava a reconstrução , Euclides começa a redigir Os Sertões.

Francisco Escobar, intendente municipal e homem de grande cultura, estimula o escritor, fornecendo livros e reunindo um grupo de intelectuais para a leitura dos primeiros capítulos.

1900

Escreve para o jornal O Rio Pardo um artigo intitulado "O 4º Centenário do Brasil".
Em maio termina a redação de Os Sertões e Francisco Escobar contrata o sargento de polícia José Augusto Pereira Pimenta para transcrever em boa caligrafia os originais.


Novamente é chamado para colaborar em O Estado de S. Paulo, desta vez para fazer uma análise dos cem últimos anos das atividades humanas no País. O artigo "O Brasil no século XIX" é publicado em 31 de dezembro de 1900.

1901

É promovido a Chefe de Distrito de Obras.Em 31 de janeiro nasce o terceiro filho de Euclides, Manoel Afonso, registrado apenas como Manoel mas conhecido como Afonsinho.

A ponte sobre o Rio Pardo é inaugurada em 18 de maio com grande festa.

Muda-se para São Carlos do Pinhal (atual São Carlos), São Paulo, para acompanhar a construção do edifício do fórum da cidade.

Em seguida fixa residência em Guaratinguetá, SP. É transferido para o Segundo Distrito de Obras.

1902

Garcia Redondo, amigo de São Paulo, apresenta Euclides a Lúcio de Mendonça, que o encaminha ao Sr. Massow, da Editora Laemmert, que se propõe a editar o livro financiado pelo autor.
Recebe as primeiras páginas impressas do livro em maio. Antes da publicação Euclides vai ao Rio de Janeiro e corrige em cada volume os 80 erros que verificara.


Escreve, por recomendação da Superintendência de Obras, Relatório sobre a Ilha de Búzios.
É transferido para Lorena no Vale do Paraíba.


A Livraria Laemmert lança no Rio de Janeiro Os Sertões. O livro é sucesso de crítica e de vendas, sendo que todos os volumes da 1ª edição se esgotam em dois meses.

1903

A segunda edição de Os Sertões é publicada em julho.
Em 21 de setembro é eleito para a cadeira número sete da Academia Brasileira de Letras, antes ocupada por Valentim Magalhães.


Em 20 de novembro toma posse no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

Demite-se da Superintendência de Obras Públicas de São Paulo.

1904

É nomeado engenheiro-fiscal da Comissão de Saneamento de Santos em 15 de janeiro. Muda-se para o Guarujá e percorre ambas as cidades do litoral paulista.

Prepara a pedido de Dr. Cardoso de Almeida relatório sobre Os Reparos nos Fortes de Bertioga.
Em 24 de abril demite-se do cargo depois de incidente com o chefe da comissão.


Desempregado, Oliveira Lima e José Veríssimo apresentam ao Barão do Rio Branco o nome de Euclides da Cunha para um cargo na Comissão de Reconhecimento do Alto Purus. Rio Branco o entrevista e o nomeia em agosto Chefe da Comissão.

Em 13 de dezembro parte para o Amazonas.

1905

Reside em Manaus, aguardando instruções.

Chega à foz do Chandless em 25 de maio.

Em 3 de julho participa de banquete em Curanjá e discursa, lamentando a ausência da bandeira nacional no local.

Volta a Manaus em 23 de outubro. Encerra os trabalhos da Comissão em 16 de dezembro.

1906

Retorna ao Rio de Janeiro e fica adido ao gabinete do Barão do Rio Branco. Apresenta ao Barão do Rio Branco o relatório da Comissão do Alto Purus.Em julho nasce o filho Mauro, que vive apenas sete dias.

Em 18 de dezembro toma posse na Academia Brasileira de Letras recebido por Silvio Romero, em cerimônia com a presença do Presidente Afonso Pena.

Contrastes e Confrontos, uma reunião de artigos é publicado pela Editora Literária Tipográfia do Porto (Portugal).

1907

Continua adido ao gabinete do Barão do Rio Branco, em situação precária, à procura de estabilidade, mas atraído pela figura do Barão.Nasce Luís, registrado como filho de Euclides.
Em setembro lança "Peru Versus Bolívia", pela Livraria Francisco Alves.


Convidado pelo Centro 11 de Agosto dos alunos da Faculdade de Direito de São Paulo, pronuncia a conferência "Castro Alves e Seu Tempo".

1908

Ainda no Itamaraty, trabalhando com o Barão do Rio Branco é envolvido no incidente do telegrama número 9, promovido pelo Ministro das Relações Exteriores da Argentina Estanislau Zeballos, comprometendo as relações com o Brasil. Responde ao Chanceler argentino de forma enérgica, sem contestação.

Prefacia o livro Poemas e Canções de Vicente de Carvalho.

Prefacia o livro Inferno Verde de seu grande amigo e companheiro na Escola Militar Alberto Rangel.

Termina o livro À Margem da História, com estudos sobre a Amazônia, que seria publicado depois de sua morte pela Livraria Chardron, de Portugal.

1909

Inscreve-se no concurso de lógica no Colégio Nacional, hoje Colégio Pedro II, com outros quatorze candidatos, ficando Farias Brito em primeiro lugar e Euclides da Cunha em segundo. A legislação da época facultava o Presidente da Repúlica escolher entre os dois primeiros colocados, e Euclides é nomeado professor. Ministrou a primeira aula em 21 de julho.

Na manhã de 15 de agosto Euclides vai armado ao subúrbio carioca da Piedade, na residência de Dilermando de Assis. O escritor e o cadete Dilermando trocam tiros. Euclides é assassinado e o episódio fica conhecido como "A Tragédia da Piedade".

O corpo é velado no Salão da Academia Brasileira de Letras no Silogeu Brasileiro e é sepultado na sepultura 3026 no Cemitério São João Batista.

http://www.euclidesdacunha.org.br/

A GUERRA DE CANUDOS

História da Guerra de Canudos, o líder Antônio Conselheiro, o messianismo no Nordeste do início da República, conflitos sociais na História do Brasil

A situação do Nordeste brasileiro, no final do século XIX, era muito precária. Fome, seca, miséria, violência e abandono político afetavam os nordestinos, principalmente a população mais carente. Toda essa situação, em conjunto com o fanatismo religioso, desencadeou um grave problema social. Em novembro de 1896, no sertão da Bahia, foi iniciado este conflito civil. Esta durou por quase um ano, até 05 de outubro de 1897, e, devido à força adquirida, o governo da Bahia pediu o apoio da República para conter este movimento formado por fanáticos, jagunços e sertanejos sem emprego.

O beato Conselheiro, homem que passou a ser conhecido logo depois da Proclamação da República, era quem liderava este movimento. Ele acreditava que havia sido enviado por Deus para acabar com as diferenças sociais e também com os pecados republicanos, entre estes, estavam o casamento civil e a cobrança de impostos. Com estas idéias em mente, ele conseguiu reunir um grande número de adeptos que acreditavam que seu líder realmente poderia libertá-los da situação de extrema pobreza na qual se encontravam.

Com o passar do tempo, as idéias iniciais difundiram-se de tal forma que jagunços passaram a utilizar-se das mesmas para justificar seus roubos e suas atitudes que em nada condiziam com nenhum tipo de ensinamento religioso; este fato tirou por completo a tranqüilidade na qual os sertanejos daquela região estavam acostumados a viver.

Devido a enorme proporção que este movimento adquiriu, o governo da Bahia não conseguiu por si só segurar a grande revolta que acontecia em seu Estado, por esta razão, pediu a interferência da República. Esta, por sua vez, também encontrou muitas dificuldades para conter os fanáticos. Somente no quarto combate, onde as forças da República já estavam mais bem equipadas e organizadas, os incansáveis guerreiros foram vencidos pelo cerco que os impediam de sair do local no qual se encontravam para buscar qualquer tipo de alimento e muitos morreram de fome. O massacre foi tamanho que não escaparam idosos, mulheres e crianças.

Pode-se dizer que este acontecimento histórico representou a luta pela libertação dos pobres que viviam na zona rural, e, também, que a resistência mostrada durante todas as batalhas ressaltou o potencial do sertanejo na luta por seus ideais. Euclides da Cunha, em seu livro Os Sertões, eternizou este movimento que evidenciou a importância da luta social na história de nosso país.

Conclusão : Esta revolta, ocorrida nos primeiros tempos da República, mostra o descaso dos governantes com relação aos grandes problemas sociais do Brasil. Assim como as greves, as revoltas que reivindicavam melhores condições de vida ( mais empregos, justiça social, liberdade, educação etc), foram tratadas como "casos de polícia" pelo governo republicano. A violência oficial foi usada, muitas vezes em exagero, na tentativa de calar aqueles que lutavam por direitos sociais e melhores condições de vida.

http://www.historiadobrasil.net/guerracanudos/


Os Sertões


O romance Os Sertões (1902), de Euclides da Cunha, surgiu de uma reportagem encomendada pelo jornal O Estado de S. Paulo. Encarregado de cobrir a Guerra de Canudos (1896-1897), Euclides encontrou nos confrontos entre o Exército brasileiro e um grupo de fanáticos religiosos liderados por Antonio Conselheiro matéria para descrever a geografia e a população do sertão baiano. Vistos como uma ameaça à jovem República brasileira, os seguidores de Conselheiro foram dizimados. "Aquela campanha lembra um refluxo para o passado. E foi, na significação integral da palavra, um crime. Denunciêmo-lo", afirma o escritor na nota preliminar do livro.

Dividido em três partes - A Terra, O Homem e A Luta -, o livro concentra diversas influências de seu tempo. Teóricos europeus, declaradamente ou não, alicerçam o autor na definição do sertanejo, depreciado pelo embasamento em correntes deterministas - hoje ultrapassadas. A obra, publicada no limiar do século 20, em 1902, de certa forma teria uma estreita ligação com o Naturalismo que a precede, mas apontava para o Modernismo que adviria duas décadas depois: o estudo do homem brasileiro seria um dos seus objetivos. Nascido na cidade de Cantagalo (RJ) em 1866, Euclides estudou engenharia na Escola Politécnica do Rio de Janeiro, o que lhe forneceu os instrumentos para a análise e o exame feitos no livro. Seria impreciso enquadrar a obra em um único gênero. Não se trata apenas de um relato científico ou jornalístico. O entrecruzamento dessas formas com o emprego do lirismo, de complexas figuras de linguagem e do tom de "ataque franco", segundo o próprio Euclides, resultou na "bíblia da nacionalidade" - para tomar emprestada a definição do célebre abolicionista Joaquim Nabuco sobre o romance. Para a literatura brasileira, a grandeza de Os Sertões está obviamente no trabalho de linguagem operado pelo autor, que, sob o primeiro plano da objetividade científica, deixa-se tomar pela indignação e pelo espanto ante o que testemunha. Euclides via a República de maneira desiludida, identificava as "sub-raças" e prenunciava a sua extinção. Mas a natureza o surpreende quando o período é o das chuvas: "E o sertão é um paraíso... Ressurge ao mesmo tempo a fauna resistente das caatingas (...). (...) segue o campeiro pelos arrastadores, tangendo a boiada farta, e entoando a cantiga predileta... Assim se vão os dias. Passam-se um, dois, seis meses venturosos, derivados da exuberância da terra (...)". Esse deslumbramento alterna-se com o retrato da seca, o "martírio secular da terra". A proliferação de antíteses se dá também em outros níveis da obra, uma das razões que levam os críticos a ver um “barroco científico” moldando a narrativa. É de um Euclides observador preciso e rigoroso e plenamente hábil na construção de imagens que José Lins do Rego e Graciliano poderão herdar, cada um a sua maneira, as bases de um regionalismo maduro. Até sua morte no Rio de Janeiro, em 1909 - morto em um duelo com o amante da mulher -, Euclides ainda publicou o livro Contrastes e Confrontos (1907). À Margem da História (1909) foi lançado postumamente. Um livro em três partes Na divisão do relato, o esforço para sistematizar a vida sertaneja e compreender o destino de uma região.





A TERRA: O cenário do conflito. Aqui, a geologia e a geografia tratam de pormenores do solo, do relevo, da flora e do clima, impiedoso no período da seca. O relato científico, nestas páginas descritivas que antecedem o conflito, é talvez o mais belo do livro, sobretudo quando trata da vegetação. Os mandacarus, os cactos, os xiquexiques, as favelas - planta típica da região que daria nome a uma elevação local e teria outros significados anos mais tarde -, a catanduva, tudo é catalogado por uma poética científica.

O HOMEM: O antropólogo, o sociólogo e o etnólogo tomam a voz para desenhar a gênese do sertanejo, um Hércules-Quasímodo: "O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral. A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o contrário." Traça-se a biografia de Antonio Conselheiro - "um gnóstico bronco", "o anacoreta sombrio" -, dos infortúnios da vida pessoal à transformação em líder religioso no crescente arraial de Canudos.

A LUTA: As sucessivas tentativas de invasão de Canudos pelo Exército. Somente a quarta expedição foi vitoriosa. No clímax do livro, a resistência da comunidade e os relatos das sangrentas batalhas. Euclides pormenoriza os embates entre os sertanejos e os soldados até o desfecho: “Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até ao seu esgotamento completo”. O corpo de Antonio Conselheiro foi retirado de escombros e a cabeça foi cortada como prêmio: "Ali estavam (...) as linhas essenciais do crime e da loucura..."

http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/sertoes-401371.shtml

Domínio Público – Para baixar gratuitamente essa obra literária é só acessar:

http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/sertoes-401371.shtml

Obra – trechos

“Aquela campanha lembra um refluxo para o passado. E foi, na significação integral da palavra, um crime. Denunciemo-lo.

E tanto quanto o permitir a firmeza do nosso espírito façamos jus ao admirável conceito de Taine sobre o narrador sincero que encara a história como ela o merece:
...” il s´irrite contre les démi-vérités que sont les démi-faussetés, contre les auteurs qui n´altèrent ni une date, ni une généalogie, mais dénaturent les sentiments et les moeurs, qui gardent le dessin des évenéments et en changent la couleur, qui copient les faits et défigurent l´âme: il veut sentir en barbare, parmi les barbares, et parmi les anciens, en ancien.” (Os Sertões, Nota Preliminar).


Terra ignota


Abordando-o, compreende-se que até hoje escasseiem sobre tão grande trato de território, que quase abarcaria a Holanda ( 9o 11-10o 20´de lat. E 4o- 3o de long. O R.J.), notícias exatas ou pormenorizadas. As nossas melhores cartas, enfeixando informes escassos, lá têm um claro expressivo, um hiato, Terra ignota, em que se aventura o rabisco de um ri problemático ou idealização de uma corda de serras.”(Os Sertões - A Terra ).

O sertanejo

O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral.

A aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o contrário. Falta-lhe a plástica impecável, o desempeno, a estrutura corretíssima das organizações atléticas.

É desgracioso, desengonçado, torto. Hércules-Quasímodo, reflete no aspecto a fealdade típica dos fracos. O andar sem firmeza, sem aprumo, quase gingante e sinuoso, aparenta a translação de membros desarticulados. Agrava-o a postura normalmente abatida, num manifestar-se de displicência que lhe dá um caráter de humildade deprimente. A pé, quando parado, recosta-se invariavelmente ao primeiro umbral ou parede que encontra; a cavalo, se sofreia o animal para trocar duas palavras com um conhecido, cai logo sobre os estribos, descansando sobre a espenda da sela. Caminhando, mesmo a passo rápido, não traça trajetória retilínea e firme. Avança celeremente, num bambolear característico, de que parecem ser o traço geométrico os meandros das trilhas sertanejas. E se na marcha estaca pelo motivo mais vulgar, para enrolar um cigarro, bater o isqueiro, ou travar ligeira conversa com um amigo, cai logo - cai é o termo - de cócoras, atravessando largo tempo numa posição de equilíbrio instável, em que todo o seu corpo fica suspenso pelos dedos grandes dos pés, sentado sobre os calcanhares, com uma simplicidade a um tempo ridícula e adorável.”(Os Sertões – O Homem ).

Profecias

“Ora, esta identidade avulta, mais frisante, quando se comparam com as do passado as concepções absurdas do esmaniado apóstolo sertanejo. Como os montanhistas, ele surgia no epílogo da Terra... O mesmo milenarismo extravagante, o mesmo pavor do Anti-Cristo despontando na derrocada universal da vida. O fim do mundo próximo...

Que os fiéis abandonassem todos os haveres, tudo quanto os maculasse com um leve traço de vaidade. Todas as fortunas estavam a pique da catástrofe iminente e fora temeridade inútil conservá-las.

Que abdicassem as venturas mais fugazes e fizessem da vida um purgatório duro; e não a manchassem nunca com o sacrilégio de um sorriso. O Juízo final aproximava-se, inflexível.
Renunciavam-no anos sucessivos de desgraças :
“... Em 1896 hade (sic) rebanhos mil correr da praia para o certão (sic ); então o certão (sic ) virará praia e a praia virará certão (sic).


“Em 1897 haverá muito pasto e pouco rasto e um só rebanho e um só pastor.

“Em 1898 haverá muitos chapéus e poucas cabeças.

Em 1899 ficarão as águas em sangue e o planeta há de aparecer no nascente com o raio do sol que o ramo se confrontará na terra e a terra em algum lugar se confrontará no céu...

“Hade (sic) chover uma grande chuva de estrelas e aí será o fim do mundo. Em 1900 se apagarão as luzes. Deus disse no Evangelho: eu tenho um rebanho que anda fora deste aprisco e é preciso que se reunam porque há um só pastor e um só rebanho!”(Os Sertões - O homem)
“ Como quer que seja, para a Amazônia de agora devera restaurar-se integralmente, na definição da sua psicologia coletiva, o mesmo doloroso apotegma - ultra iquinotialem non peccavi - que Barleus engenhou para os desmandos da época colonial .


Os mesmos amazonenses, espirituosamente, o perceberam. À entrada de Manaus existe a belíssima ilha de Marapatá - e essa ilha tem uma função alarmante. É o mais original dos lazaretos - um lazareto de almas! Ali, dizem, o recém-vindo deixa a consciência... Meça-se o alcance deste prodígio da fantasia popular. A ilha que existe fronteira à boca do Purus, perdeu o antigo nome geográfico e chama-se a “ilha da Consciência”; e o mesmo acontece a uma outra, semelhante, na foz do Juruá. É uma preocupação: o homem, ao penetrar as duas portas que levam ao paraíso diabólico dos seringais, abdica as melhores qualidades nativas e fulmina-se a si próprio a rir, com aquela ironia formidável”.(“Terra sem história “, À Margem da história)
“A expansão imperialista das grandes potências é um fato de crescimento, o transbordar naturalíssimo de um excesso de vidas e de uma sobra de riquezas, em que a conquista dos povos se torna simples variante da conquista de mercados. As lutas armadas que daí resultam, perdido o encanto antigo, transformam-se, paradoxalmente, na feição ruidosa e acidental da energia pacífica e formidável das indústrias. Nada dos velhos atributos românticos do passado ou da preocupação retrógrada do heroísmo. As próprias vitórias perdem o significado antigo. São até dispensáveis.(...) Estão fora dos lanes o gênio dos generais felizes e do fortuito dos combates. Vagas humanas desencadeadas pelas forças acumuladas de longas culturas e do próprio gênio de raça, podem golpeá-las à vontade os adversários que as combatem e batem debatendo- se, e que se afogam. Não param. Não podem parar. Impele-as o fatalismo da própria força. Diante da fragilidade dos países fracos, ou das raças incompetentes, elas recordam, na história, aquele horror ao vácuo, com que os velhos naturalistas explicavam os movimentos irresistíveis da matéria.” ( Contrastes e confrontos).


“Os antigos mapas sul-americanos têm às vezes a eloquência de seus próprios erros.
Abraham Ortelius, Joan Martines, ou Thevet, sendo os mais falsos desenhadores do Novo Mundo, foram exatos cronistas de seus primeiros dias. A figura do continente deformado, quase retangular, com as suas cordilheiras de molde invariável, rios coleando nas mais regulares sinuosas e amplas terras uniformes, ermas de acidentes físicos, cheias de seres anormais e extravagantes - é, certo, incorretíssima. Mas tem rigorismos fotográficos no retratar uma época. Sem o quererem, os cartógrafos, tão absorvidos na pintura do novo typus orbis, desenhavam-lhe as sociedades nascentes; e os seus riscos incorretos, gizados à ventura, conforme lhos ditava a fantasia, tornaram-se linhas estranhamente descritivas. Num prodígio de síntese, valem livros.” (Peru versus Bolívia ).

http://www.vidaslusofonas.pt/euclides_da_cunha.htm

OBRAS

1884
CUNHA, Euclides da. Em viagem: folhetim. O Democrata, Rio de Janeiro, 4 abr. 1884.
1887
A flor do cárcere. Revista da Família Acadêmica, Rio de Janeiro, 1 (1): 10, nov.
1887.
1888
A Pátria e a Dinastia. A Província de São Paulo, 22 dez.
1888.
Críticos. Revista da Família Acadêmica, Rio de Janeiro, 1(7): 209-213, maio 1888.
Estâncias. Revista da Família Acadêmica, Rio de Janeiro, 1 (10): 366, out. 1888.
Fazendo versos. Revista da Família Acadêmica, Rio de Janeiro, 1(3): 87-88, jan. 1888.
Heróis de ontem. Revista da Família Acadêmica, Rio de Janeiro, 1(8): 227-8, jun. 1888.
Stella. Revista da Família Acadêmica, Rio de Janeiro, 1(9): 265, jul. 1888.
1889
Atos e palavras. A Província de São Paulo, 10-12, 15, 16, 18, 23, 24 jan.
1889.
Da corte. A Província de São Paulo, maio 1889.
Homens de hoje. A Província de São Paulo, 22 e 28 jun. 1889.
1890
Divagando. Democracia, Rio de Janeiro, 26 abr. 1890.
Divagando. Democracia, 24 maio 1890.
Divagando. Democracia, 2 jun. 1890.
O ex-imperador. Democracia, 3 mar. 1890.
Sejamos francos. Democracia, Rio de Janeiro, 18 mar. 1890.
1892
Da penumbra. O Estado de São Paulo, 15, 17 e 19 mar.
1892.
Dia a dia. O Estado de São Paulo, 29 e 31 mar. 1892.
Dia a dia. O Estado de São Paulo, 1-3, 5-8, 10, 13, 17, 20, 24 e 27 abr. 1892.
Dia a dia. O Estado de São Paulo, 1, 8, 11, 15, 18 e 22 maio 1892.
Dia a dia. O Estado de São Paulo, 5, 12, 22 e 29 jun. 1892.
Dia a dia. O Estado de São Paulo, 3 e 6 jul. 1892.
Instituto Politécnico. O Estado de São Paulo, 24 maio 1892.
Instituto Politécnico. O Estado de São Paulo, 1o. jun. 1892.
1894
A dinamite. Gazeta de Notícias, Rio de Janeiro, 20 fev. 1894.
1897
A nossa Vendéia. O Estado de São Paulo, 14 mar. 1897 e 17 jul. 1897.
Anchieta. O Estado de São Paulo, 9 jun. 1897.
Canudos: diário de uma expedição. O Estado de São Paulo, 18 e 22-29 ago. 1897.
Canudos: diário de uma expedição. O Estado de São Paulo, 1, 3, 9, 12, 14, 21, 26 e 27 set. 1897.
Canudos: diário de uma expedição. O Estado de São Paulo, 11-13, 20, 21 e 25 out. 1897.
Distribuição dos vegetais no Estado de São Paulo. O Estado de São Paulo, 4 mar. 1897.
Estudos de higiene: crítica ao livro do mesmo título do Doutor Torquato Tapajós. O Estado de S. Paulo, 4, 9 e 14 maio 1897.
O Argentaurum. O Estado de S. Paulo, 2 jul. 1897.
O batalhão de São Paulo. O Estado de S. Paulo, 26 out. 1897.
1898
O "Brasil mental". O Estado de S. Paulo, 10-12 jul. 1898.
Excerto de um livro inédito. O Estado de S. Paulo, 19 jan. 1898.
Fronteira sul do Amazonas. O Estado de S. Paulo, 14 nov. 1898.
1899
A guerra no sertão [fragmento]. Revista Brasileira, Rio de Janeiro, 19 (92/93): 270-281, ago./set.
1899.
1900
As secas do Norte. O Estado de S. Paulo, 29, 30 out. 1900 e 1o. nov.
1900.
O IV Centenário do Brasil. O Rio Pardo, São José do Rio Pardo, 6 maio 1900
.
1901
O Brasil no século XIX. O Estado de S. Paulo, 31 jan. 1901.
1902
Os Sertões: campanha de Canudos. Rio de Janeiro: Laemmert, 1902. vii + 632 p. il.
Ao longo de uma estrada. O Estado de São Paulo, São Paulo, 18 jan. 1902.
Olhemos para os sertões. O Estado de São Paulo, São Paulo, 18 e 19 mar. 1902.
1903
Os Sertões: campanha de Canudos. 2. ed. rev. Rio de Janeiro: Laemmert,
1903. vii + 618 p. il.
Viajando… O Estado de São Paulo, São Paulo, 8 set. 1903.
À margem de um livro. O Estado de São Paulo, São Paulo, 6 e 7 nov. 1903.
Os batedores da Inconfidência. O Estado de São Paulo, São Paulo, 21 abr. 1903.
Posse no Instituto Histórico. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Rio de Janeiro, 66 (2): 288-93, 1903.
1904
A arcádia da Alemanha. O Estado de São Paulo, 6 ago. 1904.
Civilização. O Estado de São Paulo, 10 jul. 1904.
Conflito inevitável. O Estado de São Paulo, 14 maio 1904.
Contra os caucheiros. O Estado de São Paulo, 22 maio 1904.
Entre as ruínas. O Paiz, Rio de Janeiro, 15 ago. 1904.
Entre o Madeira e o Javari. O Estado de São Paulo, 29 maio 1904.
Heróis e bandidos. O Paiz, Rio de Janeiro, 11, jun. 1904.
O marechal de ferro. O Estado de São Paulo, 29 jun. 1904.
Um velho problema. O Estado de São Paulo, 1o. maio 1904.
Uma comédia histórica. O Estado de São Paulo, 25 jun. 1904.
Vida das estátuas. O Paiz, Rio de Janeiro, 21 jul. 1904.
1905
Os Sertões: campanha de Canudos. 3. ed. rev. Rio de Janeiro: Laemmert, 1905, vii + 618 p. il.
Rio abandonado: o Purus. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Rio de Janeiro, 68 (2): 337-89, 1905.
Os trabalhos da Comissão Brasileira de Reconhecimento do Alto Purus [Entrevista]. Jornal do Commercio, Manaus, 29 out. 1905.
1906
Relatório da Comissão Mista Brasileiro-Peruana de Reconhecimento do Alto Purus: 1904-1905. notas do comissariado brasileiro. Rio de Janeiro: Ministério das Relações Exteriores, 1906. 76 p. mapas.
Da Independência à República. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, 69 (2): 7-71, 1906.
Os nossos "autógrafos". Renascença, Rio de Janeiro, 3 (34): 276, dez. 1906.
1907
Contrastes e confrontos. Pref. José Pereira de Sampaio (Bruno). Porto: Empresa Literária e Tpográfica, 1907. 257 p.
Contrastes e confrontos. 2. ed. ampliada. Estudo de Araripe Júnior. Porto: Empresa Literária e Tpográfica, 1907. 384 p. il.
Peru 'versus' Bolívia. Rio de Janeiro: Jornal do Commercio, 1907. 201 p. il.
Castro Alves e seu tempo. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 3 dez. 1907.
Entre os seringais. Kosmos, Rio de Janeiro, 3 (1), jan. 1906.
O valor de um símbolo. O Estado de São Paulo, 23 dez. 1907.
1908
La cuestión de limites entre Bolívia y el Peru. trad. Eliosoro Vilazón. Buenos Aires: Cia Sud-Americana de Billetes de Banco, 1908.
Martín Garcia. Buenos Aires: Cori Hermanos, 1908. 113 p.
Numa volta do passado. Kosmos, Rio de Janeiro, 5 (10), out. 1908.
Parecer acerca dos trabalhos do Sr. Fernando A. Gorette. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Rio de Janeiro, 71 (2): 540-543, 1908.
A última visita. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 30 set. e 1o. out. 1908.
1909
Amazônia. Revista Americana, Rio de Janeiro, 1 (2): 178-188, nov.
1909.
A verdade e o erro: prova escrita do concurso de lógica do Ginásio Nacional [17 maio 1909]. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 2 jun. 1909.
Um atlas do Brasil: último trabalho do Dr. Euclides da Cunha. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 29 ago. 1909.
Obras póstumas
À margem da história''. Porto: Chardron, Lello, 1909. 390 p. il.
1975
Caderneta de campo. Introd., notas e coment. por Olímpio de Souza Andrade. São Paulo, Cultrix; Brasília, INL, 1975. xxxii, 197 p. il.
Canudos: diário de uma expedição. Introd. de Gilberto Freyre. Rio de Janeiro: José Olympio, 1939. xxv, 186 p. il.
Ondas. Coleção de poesias escritas por Euclides da Cunha em 1883, publicadas em 1966, na "Obra Completa de Euclides da Cunha", pela Editora Aguilar, e em volume autônomo em 2005, pela Editora Martin Claret, com prefácio de Márcio José Lauria.

Imagens: Internet